Don Tapscott conduziu um projecto de investigação com um orçamento de quatro milhões de dólares e que envolveu 11 mil jovens em vários países. Os resultados contrariam muitas das críticas comuns ao impacto das novas tecnologias.
[...] Tapscott - que há um ano sugeriu a Barack Obama que pusesse os olhos na iniciativa portuguesa de distribuir computadores aos alunos - esteve em Portugal para a conferência A Escola do Futuro na Era da Economia Digital (organização Diário Económico). Depois da extensa investigação, Tapscott chegou à conclusão de que a maioria das críticas às novas tecnologias é infundada. Mas defende serem precisas muitas mudanças para se aproveitar o potencial da geração que já cresceu online.
"Acredito que boa parte do impacto da revolução digital na forma como pensamos, colaboramos e trabalhamos ainda é desconhecido. Mas não concordo, em geral, com quem diz isso. Os dados simplesmente não sustentam essas afirmações. Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se. Sou contra os argumentos de que os jovens só pensam em 140 caracteres [o limite de caracteres para as mensagens no Twitter] ou têm o nível de atenção de uma mosca.
Mas há um problema. Um terço desta geração é espectacular. Outro terço está a safar-se bastante bem. Mas os que estão em baixo, mesmo em países como os EUA, Canadá ou Portugal, nem sequer estão a acabar o liceu. Sempre foi assim, mas não devia ser. Devíamos ter melhorias nesse último terço, mas isso não está a acontecer. Algumas pessoas culpam a Internet. Mas isso é como culpar a biblioteca pela ignorância dos alunos." Ler +
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