“Well-run libraries are filled with people because what a good library offers cannot be easily found elsewhere: an indoor public space in which you do not have to buy anything in order to stay.” Zadie Smith

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O LIVRO TRADICIONAL TERÁ PÚBLICO PRÓPRIO


photo by David Levene/for the Guardian
John Makinson é o diretor-presidente da Penguin Group, a divisão de livros da Pearson PLC, uma editora que publica mais de 4.000 títulos de ficção e não ficção no mundo. O crescimento do livro digital está a colocar o comércio tradicional numa encruzilhada....Mas Makinson acredita que o papel vai perdurar:

WSJ: O livro impresso, em papel, vai deixar de ser publicado um dia?
John Makinson: Não, não creio. Há uma diferença cada vez maior entre o leitor de livros e o proprietário de livros. O leitor de livros quer apenas a experiência de ler o livro e é um consumidor digital natural: em vez de comprar um livro barato descartável, compra um livro digital. Já o proprietário do livro quer presentear, compartilhar e guardar livros. Adora a experiência. À medida que formos melhorando o produto físico, em especial a brochura e a capa dura, o consumidor vai pagar um pouco mais por essa experiência melhor. Outro dia, fui conferir a venda de clássicos em domínio público em 2009, quando todos esses livros estavam disponíveis de forma gratuita. O que descobri foi que nossas vendas tinham subido 30% naquele ano. O motivo é que estávamos começando a vender edições de capa dura — mais caras — pelas quais o público se dispunha a pagar. Sempre haverá um mercado para o livro em papel, assim como creio que sempre haverá livrarias.

[...]

WSJ: Qual o maior desafio para as livrarias num momento em que há milhões de títulos em papel à venda na internet e no qual a receita com livros digitais está dobrando?
Makinson: O varejo [tradicional] de livros tem futuro. O problema, em grande parte, não é só que há livrarias demais, mas que são muito grandes. Como diversificar a oferta ao consumidor para fazer um uso produtivo do espaço sem perder a experiência de se estar em uma livraria?

WSJ: Livrarias independentes sempre tiveram um papel fundamental no lançamento de obras literárias. Com o crescimento do livro digital e da venda on-line, quantas dessas lojas independentes vão sobreviver, considerando que estão sujeitas às mesmas forças que afetaram redes de livrarias maiores?
Makinson: Tenho uma livraria independente na Inglaterra, [a Holt Bookshop, em Norfolk, de cerca de 230 metros quadrados], então tenho um interesse aqui. Não quero soar ingênuo: vai ser muito difícil. Se formos ver as vantagens competitivas estruturais da Amazon em relação a uma livraria convencional, é espantoso. Mas as pessoas estão dispostas a pagar um preço maior numa livraria independente sabendo que podem comprar [o mesmo livro] por menos em outro lugar. É que o consumidor tem um envolvimento emocional com a livraria, sente que a livraria está prestando um serviço público, não só comercial. Não vejo indícios de que as livrarias independentes se tornarão obsoletas.

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