“Well-run libraries are filled with people because what a good library offers cannot be easily found elsewhere: an indoor public space in which you do not have to buy anything in order to stay.” Zadie Smith

domingo, 27 de janeiro de 2013

DULCE MARIA CARDOSO NO PORTO DE ENCONTRO





Leituras feitas por Ana Deus






Fotos que Dulce Maria Cardoso partilhou com a plateia (que esgotou o auditório da BMAG): a 1ª mostra-a na idade em que partiu para Angola e a última quando foi condecorada em França.
A conversa desenvolveu-se, essencialmente, em torno do multipremiado romance "Retorno" e Dulce Maria Cardoso revelou-se de uma enorme simplicidade, lucidez e espírito crítico. Sem qualquer complexo ou vontade de 'fazer graça', revelou que , quando chegou a Portugal, 'devorou' os livros da Corin Tellado (porque via as senhoras que iam à pequena biblioteca de Cascais onde ela vivia, então, num hotel para 'retornados', lerem com muito entusiasmo tais livros!), que leu "Crime e Castigo" de Dostoievky só porque era 'grosso' e evitava ir mais vezes à biblioteca para outras requisições. Contou que acreditava que para ser 'escritora', tinha de aprender dactilografia e estenografia e ter uma máquina de escrever...até que percebeu que para o ser, precisava, sobretudo, de ler, ler, ler...
"Retorno" começou a ser 'escrito' aos 11 anos quando aterrou em Lisboa, na época em se organizou a maior ponte aérea de sempre para evacuar os portugueses de Angola. Sempre soube que nunca mais voltaria àquela terra e que tinha que contar as suas vivências num período marcante da vida de uma adolescente em dois territórios em 'convulsão'.


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