(José Fernandes)
Numa sociedade cada vez mais apressada, a
leitura nos transportes públicos é uma forma de se aproveitar o tempo gasto nas
deslocações entre casa e o trabalho. E, pela comodidade, o comboio é onde mais
se lê.
[…]
Em 2009, o barómetro da opinião pública do
Plano Nacional de Leitura realizou um inquérito a 1045 pessoas e encontrou 96%
como Palmira de Almeida, que considera a leitura muito importante. Para os
inquiridos, a leitura é especialmente importante no ensino e a formação (97%),
na utilidade para a profissão (94%) e no exercício da cidadania (93%).
[…]
Para o comissário do Plano Nacional de
Leitura, Fernando Pinto do Amaral, o comboio — pela sua estabilidade — é um dos
melhores meios de transportes a utilizar numa altura em que a leitura é cada
vez mais fragmentária. “Actualmente, andamos sempre a saltitar de texto para
texto. Mas [este tipo de leitura] não substitui uma leitura extensiva em que
conseguimos mergulhar numa história”, refere Pinto do Amaral. “E isto pode ser
feito nos transportes, sobretudo nos comboios, em que as viagens são mais estáveis”,
defende.
[…]
Segundo Teresa Sampaio, coordenadora do
programa Ler +, Ler Melhor, da RTP Informação, muitos adeptos da leitura nos
transportes fazem-no por uma questão de comodidade. “Em tempo de crise, com o
preço da gasolina a aumentar, também é uma opção procurada, sobretudo em
viagens de longo curso”, afirma.
[…]
De acordo com o barómetro de opinião pública
do Plano Nacional de Leitura de 2009, a leitura associada às novas tecnologias
está a tornar-se uma tendência. Cerca de 93% dos 1045 inquiridos consideram que
a leitura aumentou principalmente com recurso a mensagens de telemóvel,
computadores e Internet; 40% pensam que nos últimos dez anos a leitura, em
geral, se manteve; e 39% consideram que se registou um aumento, embora nos
meios tradicionais — livros, jornais, revistas — este não seja tão acentuado.
[...]
Fernando Pinto do Amaral diz que a leitura associada às novas tecnologias será
uma tendência natural. “Para interpretarmos o mundo, temos sempre de ler”,
afirma Pinto do Amaral. “Os suportes é que estão a mudar, sobretudo junto das
gerações mais jovens, mas a leitura deve ser sempre valorizada”, acrescenta.
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