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Não podem a escuridão ou a metafórica cegueira branca, inventada por Saramago, travar a fruição da literatura ou o acesso ao conhecimento. Há 40 anos que a Biblioteca Sonora do Porto luta contra isso.
Bruno, deficiente visual, utente e, em simultâneo, estagiário na Biblioteca Sonora, que nasceu como inovação nacional no seio da Biblioteca Pública Municipal do Porto, diz como um serviço destes pode iluminar quem se viu atirado para a escuridão: "O Braille é que alfabetiza, mas é mais fácil de aprender pelos cegos de nascença. Os cegos tardios, que têm mais dificuldades, ao nível do tato, para distinguir os pontos, optam pelo audiolivro ou pela informática".
Fundada em Março de 1972 - ainda está patente, no claustro da biblioteca, a exposição comemorativa -, a Biblioteca Sonora atravessa um momento de viragem, com a implementação do fundo digital, descarregável pela Internet, o que lhe permite alargar fronteiras geográficas (o mundo é o limite) que já anteriormente eram distantes, graças ao envio postal de livros gravados em suportes materiais, da vetusta cassete ao já entradote CD.
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