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segunda-feira, 13 de maio de 2013

MARIA RITA ESCULPIU UM LIVRO DE VALTER HUGO MÃE



[na Galeria Trema, em Lisboa até 8 de Junho]
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São esculturas de papel. "É a minha interpretação, são várias histórias que se cruzam", explica Maria Rita. Não retalhou "O filho de mil homens", de Valter Hugo Mãe, mas o escritor até desejou o contrário. "Quando conheci o trabalho da Maria Rita Pires, acerca daquela Alice num país de maravilhas, invejei aquilo tudo. Fiquei roído como muito má gente, a querer ver os meus livros mudados para esculturas iguais, cheias de papelinhos delicados que parecem também palavras recortadas, pequenas palavras que, sem falarem, mostram uma figura ou um objecto", admite Valter Hugo Mãe, impressionado "com o paciente das suas peças e muito com a vulnerabilidade que inspiram".
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Na opinião do escritor, "O Filho de Mil Homens" é "a reclamação da vulnerabilidade como um direito de beleza de carácter". [...]
 "O modo como o papel floriu, como se fez pássaro e borboleta, a roupa interior que seca na árvore, tudo me maravilha. Como se o mundo do livro se traduzisse num atrito ínfimo da luz, uma presença quase ausente, igual às visões de sonho. O trabalho da Maria Rita Pires deslumbra-me. Põe-me a ver milagrinhos de papel. Aquilo que os escritores tanto buscam nas palavras e que ela encontrou tão ao pé delas".
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