“Well-run libraries are filled with people because what a good library offers cannot be easily found elsewhere: an indoor public space in which you do not have to buy anything in order to stay.” Zadie Smith

quarta-feira, 2 de março de 2011

'ACREDITO QUE ATÉ 2015 75% DOS LIVROS SERÃO DIGITAIS'



Ken Doctor, autor de Newsonomics, em entrevista ao jornal brasileiro Zero Hora. Alguns excertos:

ZH – Como você utiliza o iPad no seu dia a dia?
Doctor – Noticiário, mapas, filmes, jogos, vídeos dos meus programas favoritos – e, claro, para leitura. Gosto muito de me recostar para ler, é uma boa alternativa à posição estática, sentado, com uma tela grande quase em cima do seu rosto.
ZH – Como você descreveria o leitor padrão de livros e jornais no iPad?
Doctor – Experiente, digitalmente falando. Mais inclinado a ser viciado em notícia do que o indivíduo comum. Trata-se de algo importante sobre o tablet. Pesquisas mostram que o tablet é o novo aparelho para leitura de notícias. É um de seus usos mais importantes. A internet, em um desktop ou laptop, é muito mais uma lista telefônica de páginas amarelas – o meio para encontrar as coisas rapidamente, ir daqui para lá.
ZH – O que virá depois do iPad?
Doctor – O iPad 2, claro, provavelmente em abril (a Apple convidou jornalistas para o lançamento na semana que vem, na Califórnia), com câmera e mais conectividade via entrada USB, para que o usuário possa conectar o tablet a outras tecnologias. A Apple vendeu 13 milhões de iPads, em 26 países, em menos de 12 meses de vendas. Os tablets – pense no iPad e em seus similares – se tornarão artigos baratos e presentes nas casas da classe média ao redor do mundo em cinco anos. Depois da próxima geração de tablets, a grande fronteira é a televisão. As TVs já se transformaram em “monitores”, mas ainda estamos basicamente como espectadores, sem interagir com o aparelho. Interagiremos, em breve. O monitor da TV, a três metros de distância de nós, é a próxima tela a alterar a forma como vemos o mundo, local e globalmente (pense no que ocorreu no Egito, há poucas semanas) e até em família (pense nas fotos e nos vídeos domésticos).

ZH – Os e-readers podem substituir o prazer da leitura de um livro convencional?
Doctor – Milhões de leitores do Kindle dizem que sim. É uma troca: grande flexibilidade e portabilidade versus a já conhecida sensação do papel nos dedos. O prazer está no objeto ou nas palavras? Estamos inseridos em um mundo híbrido de papel e plástico, e os consumidores nos dizem claramente que o acesso à leitura é mais importante do que a tecnologia, antiga ou nova.

ZH – Retomo a primeira pergunta, mas agora com outro foco: o senhor enxerga um futuro promissor para os livros em papel?
Doctor – Acredito que, até 2015, 75% dos livros serão digitais. Para os editores, os custos diminuem. Para os autores de não ficção, a atualização de conteúdo é quase instantânea, o que se trata de um grande diferencial para eles. Para os leitores, o acesso é mais rápido e mais fácil. Assim como os jornais impressos estão se transformando de produto de massa em produto segmentado, o mesmo acontecerá com os livros. Nós sempre teremos livros de papel, mas eles serão mais especiais para nós de alguma maneira.
Toda a entrevista aqui

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