“Well-run libraries are filled with people because what a good library offers cannot be easily found elsewhere: an indoor public space in which you do not have to buy anything in order to stay.” Zadie Smith

quarta-feira, 25 de julho de 2012

"FALTA MEDIAÇÃO QUE PERMITA O ACESSO DOS JOVENS SAIR DO 'CHÃO RASO' DAS REDES SOCIAIS" DIZ ELIANA YUNES



Eliana Yunes (diretora adjunta da cátedra Unesco de Leitura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) afirma que para que os jovens aumentem os seus hábitos de leitura,  requer a existência de mediadores preparados que entendam as novas ferramentas tecnológicas para levá-los a fazer a ligação com o mundo em que vivem por meio da literatura.

Admite, também, que sem uma mediação adequada, “existe uma simplificação do uso da língua”. A leitura dos estudantes que estão conectados às redes sociais acaba circunscrita a um universo muito estreito ao qual eles têm acesso com facilidade. “Está na onda, está na moda. Tem a coisa da tribo, do grupo”, disse. A professora disse que essa leitura, porém, não têm a densidade necessária para levar os alunos à formação de um pensamento crítico.

 “Falta uma mediação que permita que esses meninos tenham acesso, mesmo via internet, a sites muito bons de poesia, de blogs, pequenas histórias, de museus, que discutem música, história”. Sites que, segundo Eliana, permitem que os alunos saiam desse “chão raso” e possam ser levados para uma experiência criativa da linguagem.

“Quem não lê tem muita dificuldade de escrever, de ampliar o seu universo de escrita, de virar efetivamente um escritor”

“Acho que a questão da escola passa pelo problema da mediação. Se nós não formos leitores de várias linguagens, de vários suportes, nós perderemos realmente o passo com esta geração, que está velozmente à nossa frente, buscando outras linguagens, outras formas de comunicação”. É preciso, sustentou, que os estudantes percebam que a literatura não é um peso ou uma obrigação. “Literatura é vida”.
Para Eliana, a literatura faz falta porque desloca o olhar das pessoas de uma coisa “líquida e certa”, para um lugar de reflexão, de discussão sobre o mundo e a vida humana. Isso pode ser encontrado não só no livro impresso, em papel, como também no livro digital. “Este jogo contemporâneo é muito rico”, disse. “Quanto mais suportes a gente tiver para a palavra escrita e para abrigar a reflexão sobre a condição do ser humano, melhor a gente vai poder abraçar as várias modalidades, que estão vivas, da palavra”.

[Nota: sublinhados nossos]

Ler toda a entrevista aqui

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