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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

OS MELHORES LIVROS DE 2011




1. O Retorno 

Dulce Maria Cardoso


Tinta-da-China
Em 1975 os retornados chegam a Portugal e são recebidos com hostilidade. Trata-se de um êxodo de proporções bíblicas que marca o fim do Império. A Pátria é para muitos terra incógnita. Quem chega procura reinventar-se: alguns diluem-se no tecido social, a maior parte permanece à deriva. Dulce Maria Cardoso era uma criança, nessa altura, mas os acontecimentos ficaram-lhe na memória. "O Retorno" é uma ficção ancorada na sua experiência real, vivida e sofrida. Para além do efeito encantatório da escrita, o mais importante é que Dulce não faz ajustes de contas, não emite juízos de valor, não se permite complacência. A força poderosa das convicções não está isenta de ironia. Uma tragédia ao jeito clássico pela mão de uma escritora de eleição. H.V.
2. Vida e Destino
Vassili Grossman(trad. Nina Guerra e Filipe Guerra)
D. Quixote
Um monumental fresco da Rússia soviética escrito em forma de narrativa épica, em que os relatos da batalha de Estalinegrado alternam com a história de uma família judia dividida entre a Alemanha e a Sibéria. Um romance magistral que o KGB tentou fazer desaparecer. O retrato de um tempo de horror, milhões e milhões de pessoas sob as mãos assassinas de dois homens, Hitler e Estaline. J.R.D.
3. As Luzes de Leonor
Maria Teresa Horta
D. Quixote
"Razão e voo" são palavras-chave inscritas em "As Luzes de Leonor" que nos podem abrir as portas do livro mais ambicioso escrito até hoje por Maria Teresa Horta. A figura da Marquesa de Alorna agiganta-se nas mãos desta sua descendente que tão livre como Leonor se espraia numa escrita onde a poesia, o romance, o jornalismo e a história se entrelaçam para nos dar o retrato de uma vida. R.L.
4. Liberdade
Jonathan Franzen(trad. de Maria João Freire de Andrade)
D. Quixote
Depois de dez anos de silêncio do autor, e de uma ofensiva concertada de hype mediático, "Liberdade" chegou ao mundo com expectativas impossíveis para cumprir. Pode não atingir o nível de "As Correcções", mas confirma o estatuto de Franzen como um dos mais interessantes escritores contemporâneos. R.C
5. O Mapa e o Território
Michel Houellebecq(trad. de Pedro Tamen)
Ed. Objectiva
Parecendo aceitar os argumentos maliciosos dos que sempre defenderam que Houellebecq era melhor figura pública do que romancista, Houellebecq decidiu finalmente escrever um romance em que o principal bónus qualitativo é uma personagem fictícia chamada Houellebecq. Os resultados foram incaracterísticos, mas inspirados. R.C.

Escolhas de Eduardo Pitta, Isabel Coutinho, Helena Vasconcelos, João Bonifácio, José Manuel Fernandes, José Riço Direitinho, Maria da Conceição Caleiro, Rogério Casanova, Rui Lagartinho
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