Luís Vilas-Boas, 33 anos, 34 anos de pena Adriano Miranda
Diz-se que, ali para os lados do Vale do Sousa, os livros fizeram um milagre. Há três anos, Luís Vilas-Boas começou a trabalhar na biblioteca da prisão e ainda agora dá graças a Deus. “Quando vim para aqui não conhecia nenhum escritor. Fui aprendendo. Vou aprendendo. Todos os dias, aprendo alguma coisa.” E sente-se feliz – feliz por ter os dias cheios do que gosta.
O espólio era pequenino, como pequenino costuma ser o espólio das cadeias novas como aquela. E ele tentou remediar isso. Ainda agora tenta. “Todos os dias segue uma carta a pedir livros – a câmaras municipais, a editoras, a empresas, a todos. Uns dizem que não podem, outras dão. Quando chega um livro é um orgulho. Estou a contribuir para as leituras dos meus colegas.”
Andámos por três das 49 cadeias portuguesas a tentar perceber a serventia do livro. Conversámos com alguns dos reclusos mais assíduos naquela espécie de santuários que são as bibliotecas prisionais. E percebemos que as serventias são mais do que fomos capazes de imaginar.
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