“Well-run libraries are filled with people because what a good library offers cannot be easily found elsewhere: an indoor public space in which you do not have to buy anything in order to stay.” Zadie Smith

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

COMO A INTERNET NOS TEM MUDADO...



Nicholas Carr, finalista do Pulitzer, tem sido um crítico dos efeitos da Internet no nosso cérebro. Diz que a velocidade e bombardeamento de informação constante está a fazer-nos perder a capacidade de concentração e a tornar-nos menos reflexivos.
O livro de Nicholas Carr The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains, foi finalista dos prémios Pulitzer de não-ficção. Como o título indica, centra-se no impacto da Internet no nosso cérebro e nos efeitos perversos do seu lado distractivo, errático e rápido.

O que é que o surpreendeu mais no avanço da Internet desde que a começou a usar?
O mais surpreendente foi a transformação de um meio de informação para um meio de mensagens – particularmente nos últimos anos, as pessoas tendem a usar a tecnologia para trocar mensagens pessoais, mais do que para procurar informação.
Desde o princípio que o email foi uma parte importante da Internet, mas aweb era mais usada para a visita a páginas, para encontrar informação e explorar assuntos. À medida que usamos mais as redes sociais, a Internet torna-se mais num meio para enviar e receber mensagens. Não esperava que o uso da tecnologia mudasse tão drasticamente.

E como é que esse aumento na troca de mensagens afecta a forma como interagimos e pensamos?
A forma como a Internet se desenvolveu tornou-a mais distractiva, exigindo às pessoas que retenham constantemente pequenas partes de informação e que monitorizem pequenas correntes de informação. Uma das grandes mudanças nos últimos anos, com o advento de novas redes como o Facebook e o Twitter, e isso combinado com o aparecimento dos smartphones e dos pequenos computadores, é que a forma como a Internet funciona mudou. Portanto, passámos do modelo de ir a uma página web ver o que tinha para oferecer para o modelo de informação que está a correr constantemente e que aparece de vários sítios: do sms, do email, das actualizações do Facebook e dos tweets. Isso encorajou as pessoas a aceitar interrupções constantes, a fazer várias coisas ao mesmo tempo. Perdemos a capacidade de afastar as distracções e de sermos pensadores atentos, de nos concentrarmos no nosso raciocínio, ou seja, a forma como a tecnologia evoluiu nos últimos anos tornou-se mais distractiva; encoraja uma forma de pensar que é a de passar os olhos pela informação e desencoraja um pensamento mais atento.
[via Público]


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