“Well-run libraries are filled with people because what a good library offers cannot be easily found elsewhere: an indoor public space in which you do not have to buy anything in order to stay.” Zadie Smith

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"A FOME PELOS LIVROS É O MELHOR PLANO NACIONAL DE LEITURA" AFIRMA ISABEL MINHÓS MARTINS



O Plano Nacional de Leitura veio ajudar a criar hábitos de leitura na infância?

Isso é muito difícil de avaliar, e acho que nem com um estudo encomendado se saberia com rigor. Uma parte da vontade/gosto pela leitura já vem connosco, acho eu (e não tenho certezas nenhumas). Acho também que a fome pelos livros é o melhor Plano Nacional de Leitura. Como diz Adélia Prado, «não quero faca nem queijo, quero a fome». Mas como é que se dá essa fome? É complicado. Vivemos numa época de extremos: em muitos aspetos há um excesso que rodeia as crianças (e que nada tem a ver com pobreza nem riqueza): excesso de programas, projetos e iniciativas, excesso de televisão, excesso de tralha até na mochila da escola, excesso de solicitações e ruído. Para a leitura dar prazer, tem de haver imersão total. Para haver imersão total, tem de haver silêncio. Para haver silêncio, tem de se desligar a tralha toda lá de casa… E é tão difícil hoje em dia. Eu defendo que se crie uma tarde por semana na escola em que cada um vá para a biblioteca e leia o que lhe apeteça: revistas, jornais, livros de banda-desenhada, romances, livros sobre futebol ou dinossauros ou poesia. E no final ninguém é obrigado a preencher uma ficha de leitura. (Mas acho que iniciativas como o Plano Nacional de Leitura são excelentes, claro. Muitas pessoas que estavam fora do universo dos livros passaram a estar mais atentas.)

Vale a pena ler a entrevista na íntegra aqui

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