A escritora Ana
Saldanha concedeu uma entrevista à revista Ler, conduzida por Carla Maia de
Almeida. No seu blogue, O Jardim Assombrado, podemos ler parte dessa
entrevista ou, então, compramos a revista...Alguns excertos:
Sempre resistiu à
vaga paranormal e mística que tomou conta da ficção juvenil, sobretudo nesta
década. Ser realista está démodé?
Não me interessam as
modas. De qualquer maneira, a notícia da morte da ficção juvenil realista tem
sido muito exagerada.
Consegue tratar dos
temas mais delicados – o racismo, a pedofilia, a gravidez na adolescência… –
sem moralizar nem tomar partido, falando apenas pela voz dos personagens.
Quando escreve não tem conflitos de valores?
A minha posição
quanto aos temas que abordo é clara, acho eu, embora não aproveite a
oportunidade para moralizar ou escrever manuais. Abordar esses temas em livros
para gente nova é, por si só, uma tomada de posição.
Qual é o seu método
de trabalho? Pesquisa para depois escrever? Trabalha em vários projectos ao
mesmo tempo?
O meu método de
trabalho é pouco metódico. Sou adepta involuntária do caos arrumado em gavetas.
Às vezes, quando as abro, encontro o que procurava sem saber. Só uma vez fiz um
plano pormenorizado de um livro que tencionava escrever e recolhi toda a
informação de que julgava precisar. Nunca cheguei a escrevê-lo. Vários
projectos ao mesmo tempo? Sim, alguns a levedar, outros a entrarem no forno, um
pronto a levar a cobertura de chocolate. Gosto muito de fazer bolos – e de os
comer.
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