As
bibliotecas municipais e escolares em Portugal estão a ganhar importância como
espaços privilegiados para utilização da Internet, revela um estudo europeu
sobre crianças e riscos online hoje, sexta-feira, apresentado na Universidade
Nova de Lisboa.
Este
foi um dos dados que surpreendeu a coordenadora nacional do estudo, Cristina
Ponte, que reforça o potencial das bibliotecas como espaço a apostar para
ensinar os alunos a fazer uma boa utilização da Internet. Os investigadores
presentes no debate sobre os resultados do estudo foram unânimes em considerar
que com a rede de bibliotecas escolares e com a presença - obrigatória há dois
anos - de professores bibliotecários está aberto caminho para uma intervenção
mais ativa junto dos alunos. Esta intervenção passa por dar apoio, controlar e
ensinar a fazer um bom uso da Internet, nomeadamente junto dos jovens oriundos
de estratos socioeconómicos mais baixos, que são, simultaneamente, quem tem
menos apoio deste género em casa e quem mais usa as bibliotecas, por ter acesso
à Internet grátis.
Segundo
o estudo, a procura de bibliotecas por jovens portugueses para aceder à
Internet é em Portugal o dobro da europeia. As crianças procuram-nas como um
espaço onde se sentem bem, tal como em casa, refere Cristina Ponte, acrescentando
que há crianças com Internet em casa que ainda assim vão para as bibliotecas,
muitas vezes com o seu portátil, para conviver. "Este dado vem reforçar o
potencial das bibliotecas, que deve ser pensado. As bibliotecas são locais de
socialização e um potencial para intervenção ativa em matéria de
segurança", afirmou a investigadora.
Acrescentou,
a propósito, que a EUKids está a fazer um programa de formação para
bibliotecários para a área dos riscos da Internet. José Pedroso, do Ministério
da Educação, afirmou que já muitas Câmaras Municipais estão a desenvolver
projetos de formação nesta área, nas suas bibliotecas, junto de professores e
de crianças, mas também dos pais e até avós.[DN]
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