Começa hoje em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian e, entre outras comunicações, vão ser apresentados os primeiros resultados de um estudo longitudinal conduzido pelo Professor José Junca de Morais - Níveis de referência de desenvolvimento da leitura e da escrita, do 1º ao 6º ano de escolaridade.
O estudo está a ser feito junto de três escolas da região de Lisboa, a primeira com alto rendimento escolar, a segunda com rendimento médio-alto e a terceira com baixo rendimento. São analisadas duas turmas por cada ano escolar, do 1.º ao 6.º anos, por escola, num total de meio milhar de estudantes. O objectivo é "ter uma ideia de como é que os alunos lêem" em vários domínios, das competências fonológicas à leitura de palavras. São cerca de 40 testes, de leitura, compre-ensão e escrita, adequados a cada ano. Trata-se de um estudo psicolinguístico porque se pretende analisar o que é que se passa na mente da criança, enquanto aprende, explica o investigador.
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Para já, as conclusões - Junca de Morais salvaguarda que a análise não é representativa, já que está a ser realizada em apenas três escolas - são que há grandes disparidades entre as escolas.
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Mais do que com os métodos dos professores - embora esses também sejam importantes e seja necessária formação, aponta -, José Junca de Morais considera que o problema está no facto de as crianças não terem feito o pré-escolar, nem actividades em casa, com os pais. "Deve ser isso que está na origem das diferenças. Há crianças que no 1.º ano já têm uma certa bagagem cultural e conhecem vocabulário", esse conhecimento facilita a aprendizagem, defende.
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